domingo, 5 de fevereiro de 2017

Zillah Branco: "Primeira Dama", exemplo de dignidade



Foto: Heinrich Aikawa/ Instituto Lula
 
 




















Ao contrário da maioria que se vê "coroada" em um posto inexistente na estrutura de poder nacional, sem recorrer à falsa imagem de brilho e valor pessoal que a maioria delas faz por usufruir, Marisa sustentou a doçura de companheira de todos os momentos (por pior que fossem) solidária com o seu homem que assumiu a Presidência da República com o apoio dos pobres e o desdém dos ricos e afins.

A coragem consciente, pois era militante partidária, somou-se à feminina confiança no seu companheiro de vida, com amor e carinho, sem abandonar a vigilância protetora de quem sabe zelar pela segurança de quem se expõe em defesa do povo que contraria uma elite gananciosa de poder e de lucros financeiros. Marisa na sua elevada modéstia, destronou as "dondocas" de turno, que usam a "função" de esposas de um eleito para lançarem a imagem dos seus "predicados" pessoais a uma plateia nacional e internacional, sabe-se lá com que objetivos. 

Marisa mostrou como se comporta a brasileira, com a dignidade e o valor para ocupar qualquer lugar na sua sociedade, para corresponder à imagem cultural da sua gente, para representar a maioria das Mulheres do seu país que são esposas e mães. 

Para Lula, o melhor Presidente que o Brasil já elegeu, Marisa foi a companheira ideal em casa e no Governo. Também ele não vestiu a falsa personalidade da elite ao se tornar mandatário do poder político institucional. Lá chegou por mérito próprio, pela sua capacidade de luta, pela sua inteligência e força, pela sua coerência com a formação popular de brasileiro. Ele passou por aquela alta função igual a si mesmo, sem cedências, com dignidade, com respeito pelos que mais sofrem no Brasil. Por isso tornou-se um modelo admirado em todo o mundo. Também ele "destronou" os que ocupam indevidamente o alto cargo político nacional que valem pelo que vestem, pelo que pagam, pelo que cedem aos ambiciosos. 

O casal - Marisa e Lula - tornou-se inesquecível mundialmente por ter criado um modelo de dignidade e de coerência que corresponde ao povo que os levou ao Palácio Presidencial, pela firmeza na modéstia que só tem quem é capaz de ouvir a opinião alheia, pelo respeito humano que se requer a quem ocupa uma alta posição, pela grandeza de alma de quem não se amesquinha, para quem percebe a realidade nacional mais profunda para traçar um caminho seguro de desenvolvimento das próprias forças produtivas.

São muitas as lágrimas - pela morte prematura de Marisa e pelo sofrimento de Lula - e de vários continentes surgem as expressões de condolências e de amizade nesta hora triste. Em Portugal pediram-me que escrevesse contando da dor que repercute nesta Europa, aparentemente fria, que desperta para os exemplos de coragem e humanismo que devem pautar as escolhas políticas.

Força Lula, estamos contigo neste momento amargo e sempre na tua luta!




 *Zillah Branco é cientista social, militante comunista, colaboradora do Vermelho e integrante do Conselho do Cebrapaz.
Fonte: Portal Vermelho

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