segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Recessão derruba economia dos estados



 
 



















Segundo estudo da Tendências Consultoria Integrada, divulgado pelo jornal O Globo, nesses dois anos de recessão, o Produto Interno Bruto de todas as unidades da federação encolheu e, em 12 estados mais o Distrito Federal, a economia retornou ao mesmo patamar do início da década. Nesses estados, o recuo foi tão grande que anulou a expansão vivenciada entre 2011 e 2014.

De acordo com O Globo, as perdas mais expressivas ocorreram nos quatro estados do Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais), no Rio Grande do Sul e Paraná, no Amazonas, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e na Bahia, além do Distrito Federal. Significa que a recessão não poupou ninguém, afetando tanto as regiões mais ricas do Sudeste e do Sul, como estados do Nordeste. 

No Rio de Janeiro, por exemplo, o PIB encolheu 7,2% em dois anos, conforme o estudo. Mas a maior queda acumulada em 2015 e 2016 foi do Amazonas, de 12,2%. A O Globo, Marcelo Souza, superintendente adjunto de Planejamento da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), polo industrial responsável por 92% da receita do estado do Amazonas, diz que a recessão levou o complexo a demitir 30 mil pessoas. E uma coisa alimenta a outra.

"Em casos de recessão, as empresas do polo reduzem os quadros momentaneamente, para manterem as plantas em funcionamento. São sempre as últimas a entrar na crise e continuam se mantendo fortes, porque têm incentivos fiscais garantidos em Constituição. Mas, como 95% do faturamento delas vêm do mercado interno e a demanda caiu muito, as demissões foram necessárias", disse. Mas, com trabalhadores sem emprego, será cada vez maios difícil recuperar o mercado interno. 

O estudo da Tendências calcula que, em São Paulo, o recuo acumulado em 2015 e 2016 foi de 6,9%, uma vez que o peso da indústria é muito grande na economia do estado, apesar do setor de serviços já a ter ultrapassado. "Como os dois motores do setor, bens de consumo duráveis e de capital, são muito sensíveis ao crédito e ao emprego, é comum que retraia em momentos de recessão, desencadeando um efeito negativo em outros setores e segmentos atrelados", afirma a O Globo André Grotti, responsável pela Assessoria de Política Tributária (APT) da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo.

No Nordeste, a situação não é diferente. Região que, na década anterior à crise possuía estados com crescimento acima do PIB brasileiro, agora volta a enfrentar dificuldades. O horizonte também não projeta btranquilidade, já que o atual governo tem trabalhado para aniquilar muitos dos programas que garantiram o desenvolvimento do local.

"O desenvolvimento do Nordeste foi favorecido pelo aumento real do salário mínimo e da renda total, pelo sistema de proteção social do governo Lula e por governos estaduais saudáveis, o que aumentou a demanda por serviços e a arrecadação de impostos nesse período", defende Frederico Cunha, gerente das Contas Regionais do IBGE. 



 Do Portal Vermelho, com  O Globo

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