domingo, 19 de fevereiro de 2017

Globo age nos bastidores e impede transmissão de Atletiba



Atletiba não foi realizado por pressão indireta da Globo, segundo falaram os torcedores ouvidos pelas equipes dos clubes no YouTube
Atletiba não foi realizado por pressão indireta da Globo, segundo falaram os torcedores ouvidos pelas equipes dos clubes no YouTube




















O jogo seria disputado na Arena da Baixada, estádio do Atlético e a federação enviou o quadro de arbitragem para a partida. Mas, inexplicavelmente, instantes antes ela ordenou que a partida não fosse iniciada enquanto houvesse transmissão ao vivo.

Os dirigentes das duas equipes se reuniram, houve várias tratativas entre eles e a Federação para que a transmissão pudesse ser realizada. Mas não houve acordo. Os jogadores dos dois clubes se reuniram dentro do campo, aplaudiram a torcida e se retiraram para o vestiário. 

O motivo alegado pela FPF para proibir que houvesse a transmissão foi patético. As equipes que transmitiriam o jogo não tinham sido credenciadas e não poderiam estar dentro do campo, até mesmo dentro do estádio. Não há um contrato entre os clubes e a TV Globo, mas ficou evidente que a emissora mexeu os pauzinhos para que a partida não acontecesse, ou fosse realizada sem a transmissão ao vivo.

A torcida na Arena Baixada gritou "vergonha" e protestou contra a FPF e a Rede Globo.

Mais cedo, pouco antes das 17 horas, o Coritiba viu-se obrigado a publicar em seu canal no Twitter a seguinte mensagem: "Funcionários da Federação Paranaense de Futebol solicitam que a arbitragem não permita início do jogo. Motivo: a FPF não permite transmissão do jogo pelos canais de Coritiba e Atlético. A federação pede que o jogo não comece enquanto houver a transmissão online".

Revoltados, dirigentes das duas equipes disseram que a partida não aconteceria. "Atlético-PR e Coritiba não venderam seus direitos [para a TV] por causa dessa merreca que a RBS e a Globo nos ofereceram. E a Federação Paranaense de Futebol não quer dar continuidade à partida enquanto a imprensa estiver aqui. Temos uma produtora independente aqui. Não temos que acabar com a transmissão", disse o diretor executivo de marketing do Atlético-PR, Mauro Holzmann

"A federação, de forma arbitrária, quer que tiremos nossa produtora independente. Nós não vendemos o jogo para ninguém, só não aceitamos o que a Federação Paranaense quer fazer. A federação diz que não vai ter o jogo enquanto a transmissão dos canais oficiais não for tirada do ar. Então não vai ter o jogo", completou.

A reação dos dirigentes do Coxa também foi idêntica. "A federação mandou uma ordem para a equipe de arbitragem de que não pode ser feita a transmissão porque existe um contrato com a Rede Globo. O Coritiba e o Atlético se sentem no direito de fazer a transmissão pelo Youtube. Os dois times não vão abrir mão de jogar essa partida", afirmou o vice-presidente do Coritiba, José Fernando Macedo, antes de decidirem pela não realização da partida.

Hélio Cury, o presidente da federação paranaense, ordenou ao quadro de árbitros que não permitisse o início de jogo enquanto os profissionais não saíssem de dentro de campo. Segundo ele, o credenciamento dos profissionais deveria ter sido feito 48 horas antes da partida, o que não teria acontecido.

"Enquanto os profissionais não credenciados estiverem dentro do campo não vai haver jogo", disse ele. "Deveria ser feito um credenciamento 48 horas antes da partida. O nosso posicionamento está bem claro: está proibido".

Os clubes disseram ter sugerido que os profissionais que transmitem o jogo de dentro do campo poderiam ir para as arquibancadas. Questionado sobre isso, Cury disse que não poderia fazer nada para impedir o jogo nesse caso.

"A federação só cuida do que acontece dentro do campo, fora nós não temos nada a ver com isso. Se eles tirarem tudo do campo e colocarem na arquibancada não podemos fazer nada".

O problema é que isso levaria muito tempo, o que inviabilizou a transmissão da partida. Fica evidente, neste caso, a interferência indireta da Rede Globo nos acontecimentos em Curitiba. Bastaria que o presidente da FPF autorizasse por escrito que os profissionais pudessem atuar que nada disso teria acontecido.

O futebol brasileiro - não só ele - pertence à Rede Globo, e ai de quem for contra isso.

Do Portal Vermelho

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