quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Dilma: Asseguro que se houver democracia, venceremos de novo



 
 


















A presidenta eleita comentou ainda sobre a morte, na semana passada, do ministro do STF, Teori Zavascki, que ocupava posição central no caso da Operação Lava-Jato. Dilma defendeu que “diante das suspeitas existentes no Brasil de que pode ter sido um atentado, o caso deve ser investigado rigorosamente”. 

Dilma definiu Zavascki — relator no Supremo Tribunal Federal da megaoperação que vem revelando casos de corrupção na classe política do país — como “excelente jurista, que tinha muita experiência”, uma pessoa “íntegra” e “de caráter”, um jurista que “não se deixava influenciar”. 

“Não era perfeito, pois era um ser humano, mas é preciso reconhecer as suas inúmeras qualidades”, enfatizou. Dilma insistiu, ainda, na necessidade de se elucidar o caso: “Essa morte precisa ser investigada, precisamos saber o que aconteceu”.

Petrobras e PT

Dilma se referiu também aos efeitos da Lava Jato no caso Petrobras e no Partido dos Trabalhadores (PT). “Não se pode usar uma investigação sobre corrupção como arma de combate político e ideológico”. Em seguida, a ex-presidenta observou: “Não se pode construir uma justiça do inimigo, que é aquela que não exige provas, bastando as convicções para condenar ou acusar alguém”.


Questionada a respeito do desgaste sofrido pelo PT nas últimas eleições regionais e os motivos de fundo que teriam levado a essa piora nos resultados do partido, a ex-presidenta defendeu sua organização, independentemente dos quadros corruptos envolvidos no caso Petrobras. “Todos os partidos passam por momentos críticos. O PT precisa passar por um processo de autocrítica porque não são só as pessoas que foram acusadas de corrupção. Como acontece com as empresas, os partidos não podem acabar quando se detecta que uma ou outra pessoa se envolveu com corrupção. O principal problema do partido é que precisamos entender a nova situação que está colocada”.

O caso Odebrecht, que envolve a multinacional brasileira com 160.000 funcionários, presente em 28 países e que mantinha uma área interna dedicada exclusivamente ao pagamento de propina em toda a América Latina, sofreu um tratamento desigual, segundo Dilma, que evitou censurar sua suposta corrupção e disse que se trata de mais uma das tantas existentes no cenário internacional. “Lamento que se destrua uma empresa só por se tratar de uma grande empresa brasileira. Quando o novo Governo realizou uma nova licitação internacional, todas as empresas que participaram sofrem acusações de corrupção. Por isso, não há como incriminar apenas as brasileiras, pois estaríamos acabando com empresas que têm grande capacidade de produção. E não me refiro apenas aos executivos, mas sim aos milhares de trabalhadores brasileiros. Não concordo com essa forma de tratar a Odebrecht”.

Ouça a íntegra do áudio da entrevista:



Com informações do El País
Áudio disponível na página oficial Dilma Rousseff

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