sexta-feira, 20 de novembro de 2015

QUEM TEM RAÇA TEM MEMÓRIA!


A afirmação da identidade do negro no Brasil passa também pela busca da memória, a construção e a reconstrução da sua narrativa. A reescrita da história vai proporcionar o fortalecimento da luta nesta sociedade estruturalmente racista, considerando que negros são mais de 50% da população. Neste sentido é necessário urgentemente identificar os costumes, a história, os valores, a cultura e a ancestralidade dos afrodescendentes. A ressignificação deste jeito de ser vai proporcionar outros rumos para a sociedade, de valorização de uma biografia encoberta, resgatando a histó- ria do Brasil. Será uma reorganização que provocará mudanças fundamentais nas diferentes áreas da vida e, portanto, é necessário buscar novos caminhos, estraté- gias de combate ao racismo institucional e fazer valer os direitos de todos. Nenhum passo atrás, nenhum direito a menos. É necessário estar consciente de que ainda falta avan- çar mais: que o preconceito, a discriminação e o racismo são cruéis, mas a vontade de vencer é maior. Todos são necessários! Proporcionar um ambiente escolar que respeite e valorize a história, a memória e a ancestralidade dos negros é tarefa detodos os envolvidos no processo de escolarização do povo brasileiro.

VEJA O QUE JÁ AVANÇOU:

1951
A Lei Afonso Arinos estabelece um ano de prisão ou multa por racismo.

1970
Um grupo de quilombolas no Rio Grande do Sul cria o dia 20 de novembro como o Dia da Consciência Negra em celebração à memória do herói Zumbi dos Palmares. 7 anos depois, o Movimento Negro Unificado (MNU) institui o Dia Nacional.

1979
O quesito cor é incluído no recenseamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), por pressão de estudiosos e de organizações da sociedade civil organizada.

1988
A Constituição Federal é promulgada e garante às comunidades quilombolas a propriedade das terras ocupadas por elas. O artigo 5º define o direito à igualdade e torna racismo crime inafiançável e imprescritível.

1989
A Lei Caó regulamenta a Constituição e determina a pena de reclusão a quem tenha cometido atos de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

1998
É criado o Sistema de Cotas na Universidade de Brasília (UnB), a partir do Caso Ari: aluno do doutorado em Antropologia na Universidade de Brasília.

2002
A Uerj é a primeira universidade a ter cotas raciais. Dez anos depois, o STF julga a política constitucional, e elas viram lei em instituições federais.

2003
A promulgação da Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, torna obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira nos estabelecimentos de ensino fundamental - um dos primeiros atos do então presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.

2008
A Lei nº 11.645 inclui no currículo oficial da rede de ensino a temática “História e Cultura AfroBrasileira e Indígena”.

2010
É aprovado o Estatuto da Igualdade Racial, que prevê o estabelecimento de políticas públicas de valorização da cultura negra para a correção das desigualdades provocadas pelo sistema escravista no País.

2012
A Lei nº 12.711 garante a reserva de 50% das matrículas por curso e turno nas 59 universidades federais e 38 institutos federais de educação, ciência e tecnologia a alunos oriundos integralmente do ensino médio público, em cursos regulares ou da educação de jovens e adultos. Os demais 50% das vagas permanecem para ampla concorrência.

2014
É criada a Secretaria de Combate ao Racismo da CNTE durante o 32º Congresso Nacional da entidade e a Lei nº 12.990 reserva aos negros 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos.

Fonte: www.cnte.org.br/

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