domingo, 27 de setembro de 2015

População da Alemanha começa a manifestar preocupação com acolhida de milhares de refugiados

Popularidade de Merkel caiu e alemães se preocupam com integração dos migrantes ao país


Imagens chocantes de refugiados lutando por suas vidas têm sido divulgadas nas últimas semanasREUTERS/Yannis Behrakis
Embora a onda de generosidade alemã para acolher os refugiados, que fogem de zonas de conflito como Iraque e Síria para tentar chegar à Europa, siga inabalável, ela começa a ser acompanhada de certa angústia e inquietação. Enquanto parte da população local quer saudar calorosamente as pessoas que fogem de conflitos no Oriente Médio e África, outros estão preocupados com a integração dessas pessoas à vida no país.
Moradores da pequena cidade de Rothwesten se reuniram para expor as suas preocupações devido à abertura de um centro de acolhimento de refugiados que será instalado em uma base militar abandonada, de acordo com informações do jornal NBC News.
Com a Alemanha recebendo muitos refugiados, começam a aparecer relatórios de abrigos de refugiados superlotados, o que leva os moradores da cidade a expressarem mais temor do que empatia.
“Estamos recebendo mais e mais pessoas. Muitos deles ficam em habitações melhores do que um trabalhador pobre da Alemanha. Como podemos continuar?”, perguntou Herbert Gross, de 70 anos.
A cidade de 1.900 habitantes, localizada no centro da Alemanha, vai sediar uma instalação de alojamento temporário para até 900 refugiados e migrantes.
O temor da população em relação a onda de refugiados também está se refletindo na popularidade da chanceler Angela Merkel. Uma pesquisa publicada na revista Der Spiegel e conduzida pelo instituto de pesquisas TNS Forschung, mostrou que o apoio de Merkel caiu cinco pontos percentuais em comparação ao ranking anterior, feito três meses atrás. Agora, a chanceler tem 63% de aprovação.
Merkel tem sido acusada por alguns de seus aliados na Baviera - ponto de entrada para a Alemanha usado pela maioria dos migrantes - e por alguns países vizinhos da UE (União Europeia) de alimentar o fluxo de pessoas, dando uma “luz verde” para que os sírios deixem seu país e viagem para a Alemanha.
Horst Seehofer, um político alemão bávaro, disse que a chanceler estava errada em deixar refugiados sírios presos na Hungria virem para a Alemanha. Após a declaração, a aprovação de Seehofer saltou seis pontos percentuais e chegou a 44%.
Apesar disso, cerca de três em cada quatro alemães ainda se dizem a favor das ações de Merkel e acreditam que ela está fazendo um bom trabalho com suas políticas para refugiados e de asilo.
Berlim espera que, pelo menos, 800 mil imigrantes e refugiados de guerra cheguem à Alemanha só este ano.
O fluxo atual de quase 8.000 imigrantes por dia chegando à Europa pode ser apenas a “ponta do iceberg” e os governos têm de trabalhar para pôr fim à guerra civil síria para evitar deslocamentos maiores de pessoas, disse a agência de refugiados da ONU nesta sexta-feira (25).
"Eu não vejo isso diminuindo, não vejo parando. Quando muito, dá uma indicação, talvez, de que essa é a ponta do iceberg", afirmou Amin Awad, coordenador regional de refugiados do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, em entrevista à imprensa.
— [Será assim] enquanto não houver solução para a Síria, enquanto não houver estabilização das condições de refugiados nos países vizinhos. Portanto, têm que ser feitos esforços.
Questionado sobre se a Europa deve preparar-se para mais alguns milhões de imigrantes, ele disse: "Se em poucos meses você tem mais de meio milhão, certamente isso poderia acontecer”.
Os países terão de se unir em torno de uma abordagem global, disse ele, sugerindo que o ônus estava sobre os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, para que acabem com a guerra.
— Os governos que podem fazer a diferença são os governos que são os responsáveis ​​por influenciar o destino político e a segurança global do mundo hoje. Os líderes de nossa geração têm que se mover muito rapidamente para encontrar uma solução para o problema da Síria antes que se torne mundial.
A ONU também está se preparando para o agravamento da situação humanitária no Iraque, vizinho da Síria.
Fonte: noticias.r7.com/

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