domingo, 31 de março de 2013

Irmã de advogada morta em motel no RN torna-se assistente de acusação


Bacharel em direito poderá atuar contra o PM Gleyson Alex Galvão.
Ele é acusado de matar a irmã dela, a advogada Vanessa Ricarda.




Corpo de advogada foi enterrado nesta sexta (Foto: Anderson Barbosa/G1)Corpo de advogada Vanessa Ricarda foi velado e enterrado em Parelhas (Foto: Anderson Barbosa/G1)
A bacharel em direito Verbena Rúbia de Medeiros, uma das irmãs da advogada Vanessa Ricarda de Medeiros, de 37 anos – morta a pauladas dentro de um motel na cidade de Santo Antônio, a pouco mais de 70 quilômetros de Natal – teve pedido acatado e publicado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte neste sábado (30) e poderá atuar como assistente de acusação contra o soldado da PM Gleyson Alex de Araújo Galvão.
No depoimento que prestou à polícia, Gleyson não nega ter assassinado a ex-namorada, mas diz que não se lembra de como a matou. Segundo ele, Vanessa teria ficado enfurecida com uma ligação que ele havia recebido e tentado agredi-lo. Em razão disso, os dois, “entraram em vias de fato e, durante essa contenda caíram ambos, não lembrando o que ocorreu depois disso”.O policial está preso no quartel do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), emNatal. Ele foi detido na madrugada de 14 de fevereiro, dia em que aconteceu o crime, ainda dentro do motel. Ele é acusado de homicídio qualificado por motivo fútil, impossibilidade de a vítima se defender e traição (pois o juiz entendeu que o réu se aproveitou do fato de ser ex-namorado da vítima para atraí-la e matá-la). 
Ainda segundo o depoimento, Gleyson afirma ter passado boa parte do dia anterior à morte da advogada bebendo com ela e que, a briga, teria sido iniciada porque ele havia se recusado a revelar o nome da pessoa que havia ligado para o celular dele. Também consta no relato do PM que ele “não sabe como aquele pedaço de madeira foi aparecer no interior daquele quarto”, acrescentando “que só depois da prisão começou a entender onde se encontrava, mas que os policiais de serviço não deixaram mais que ele entrasse no quarto”.
De acordo com o juiz Ederson Solano Batista de Morais, da comarca de Santo Antônio, a irmã de Vanessa tem legitimidade para atuar como assistente acusação porque é irmã da vítima. O advogado Emanuel Grilo, contratado pela família dela, considera a participação importante para o caso. Ele explicou que Verbena, como assistente de acusação, poderá ajudá-lo junto ao Ministério Público “requerendo diligências, inquirindo o réu ou testemunhas durante audiências de instrução, pronúncia e ao longo do próprio julgamento”, enfatizou.
“Queremos justiça. Queremos que ele pague pelo que fez à minha irmã”, declarou Verbena.
Liberdade negada
O PM Gleyson Alex de Araújo Galvão, de 35 anos, teve pedido de liberdade provisória negado no último dia 18. Ao recusar, o juiz Ederson Solano analisou os pressupostos jurídicosfumus comissi delicti (prova da materialidade delitiva) e periculum libertatis (perigo da liberdade do acusado).
No primeiro, o magistrado entendeu que os indícios de autoria podem ser ilustrados pelos depoimentos colhidos no inquérito e demais provas coletadas. No segundo, Solano observou ainda que o réu, no ato da prisão, ameaçou de morte os policiais militares que o detiveram, “o que evidencia a grande possibilidade de que volte a delinquir caso seja posto em liberdade, sendo assim patente a necessidade de garantia da ordem pública através do seu aprisionamento”, pontuou.
denúncia feita pelo Ministério Público contra o policial foi acatada no dia 28 de fevereiro.
Familiares e amigos acompanharam o enterro (Foto: Anderson Barbosa/G1)
Familiares e amigos acompanharam o enterro
da advogada (Foto: Anderson Barbosa/G1)
Entenda o caso
A advogada Vanessa Ricarda de Medeiros foi morta a pauladas no dia 14 de fevereiro deste ano dentro do Motel Cactus, na cidade de Santo Antônio, a 70 quilômetros de Natal. De acordo com a polícia, funcionários do local acionaram a guarnição depois que escutaram uma discussão do casal. “Eles ouviram a mulher gritando e nós fomos chamados”, contou o tenente Everthon Vinício, do 8º Batalhão da PM.
Ainda segundo o oficial, Gleyson foi encontrado na área comum do motel. O tenente contou também que o policial apresentava sinais de embriaguez e manchas de sangue pelo corpo. “Ele vestia somente um short, que estava todo sujo de sangue”, afirmou.
Ao entrarem no quarto, os policiais encontraram a advogada desacordada e ensanguentada. “O rosto dela estava bastante desfigurado e os objetos do quarto revirados”, relatou o delegado Everaldo Fonseca.
A advogada Vanessa Ricarda de Medeiros foi inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil em 2011. O corpo dela foi enterrado no dia 15, no cemitério público da comunidade de Santo Antônio da Cobra, distrito a 18 quilômetros de Parelhas, na região Seridó do estado.
Fonte: g1.globo.com

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